As boas maneiras –  filme de horror que faz rir


As boas maneiras (2017) é um filme brasileiro dirigido por Marco Dutra e Juliana Rojas que combina elementos de  de terror e fantasia. A obra  ganhou o Prémio Leopardo de Ouro na categoria Prêmio Especial do Júri em 2017. Vale a pena mencionar que este duo realizador criou 7 produções em conjunto. A história do filme é simples. Clara (Isabél Zuaa) é uma enfermeira que precisa urgentemente de um emprego. Ana (Marjorie Estiano) contrata a mulher para ajudar em sua casa. As mulheres desenvolvem uma relação íntima, mas Clara cedo nota que coisas perturbadoras começam a acontecer na casa…

O ponto forte do filme foi a muito boa representação da personagem de Clara. No início a personagem é apresentada de uma forma bastante fria, mas no final a actriz mostra brilhantemente quão empática e boa é a personagem que interpreta. O papel de Marjorie Estiano, conhecido de muitas séries brasileiras, é também digno de louvor.

As Boas Maneiras (Good Manners, 2018) – filmcentric

Cena do filme filme As Boas Maneiras
https://www.imdb.com/title/tt5480782/

Os efeitos especiais são certamente uma fraqueza do filme. Apesar do facto de o filme ter sido feito recentemente, pode-se ter a impressão de que estamos a ver um filme de terror de baixo orçamento.Vendo este filme de terror, é difícil compreender porque é que os realizadores escolheram este género de filme quando não se  neste aspecto.  

A banda sonora do filme também não consegue impressionar. A música, que num filme de terror cria tensão e acrescenta drama, é um elemento obrigatório, que faltava em As boas maneiras. Relativamente à música na obra, o único momento interessante é quando as personagens cantam canções brasileiras. 

As boas maneiras é um filme que não entusiasma os grandes fãs do gênero. Embora fosse suposto ser uma história sombria, faltavam-lhe elementos de surpresa, o que por vezes a tornava aborrecida. Cenas destinadas a assustar o público eram frequentemente grotescas. A história que contava era bastante padronizada, apenas o final era surpreendente.Em tempos em que temos acesso a inúmeros filmes, um horror de fantasia com uma história tão fraca, com uma faixa musical praticamente inexistente e pobres efeitos especiais não é um título que valha a pena. 

Trabalho apresentado à disciplina de Linguagem e a mídia: texto e discurso, ministrada pelo professor Samuel Figueira Cardoso – Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia, semestre de inverno 2021/2022.

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Estudante da Faculdade de Estudos Ibéricos da Universidade de Varsóvia.

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